terça-feira, 27 de março de 2012

e feliz de noite...

Ainda não dormi. Então, ainda é o Dia do Circo! Engatei falar de coisas objetivas e práticas sobre o projeto, ou de coisas "sérias" do projeto.. Minha última postagem foi pra me redimir de um erro de historiadora... ah, mas...vira e mexe o sangue da gente ferve e alguma coisa grita do fundo da alma. Querendo pular pra fora. Estive trabalhando no projeto durante o dia e, como foi dia do circo, também fiquei mexendo em fotos... revirando pastas antigas... Estou já há algum tempo afastada das pessoas. Não totalmente pois as redes sociais estão aí pra gente manter o contato atualizado e as notícias em dia, mas muito afastada fisicamente. Das pessoas e da prática. Faz falta. Me bateu uma nostalgia danada hoje. Uma saudade arretadíssima. De tanta gente. De tanta lembrança boa. Minha meta de conseguir jogar cinco bolinhas persiste. Coisa que eu acho que já devia saber fazer faz tempo. Mesmo nunca tendo me 'assumido' malabarista... Muito bem, a meta persiste até o dia em que eu conseguir, com certeza! Mas confesso que acabadas as férias eu larguei de treinar. Todo o tempo estou aqui às voltas com o projeto ou estudando com o meu fagote. Não sei aonde esse fagote vai me levar, mas é inegável que ele está muito ligado à minha verve circense. Não deve ter sido à toa que, depois de alguns anos afastada do circo, fui absorvida pela música. E a música tem me salvado da insanidade. E eu fui justamente me apaixonar com desproporcional profundeza pelo magnífico e peculiar instrumento que é mais conhecido como "o palhaço da orquestra". Coisa que só vim saber depois que já estávamos totalmente entregues um para o outro. Eu para o fagote e ele para mim. Pois é.

Mas meus ombros sentem falta de sentir todo meu peso, meus pés têm saudade do pulo, meus olhos precisam de um horizonte invertido de vez em quando... psoas, ilíaco, adutores, abdutores, todos reclamam comigo de vez em vez. Mas no fim das contas todo munda acaba entendendo. Como eu entendo. Que as coisas têm seu tempo e seu momento. Que a gente nunca deixa de ser aquilo que a gente é. Quando essencialmente somos. É ser ou ser e não tem como escapar. Acho que é por isso que esse projeto está vivo e acontecendo. Porque as mudanças acontecem, mas eu sigo sendo. De circo, do circo, pro circo, pró circo! Pra sempre. E como é que eu poderia deixar na gaveta todo o material que recolhi? Todo o questionamento que fiz às pessoas e à mim mesma? Como é que eu poderia deixar de lado um projeto tão rico? Não, não. Não poderia... Nem conseguiria eu acho porque ele permaneceu ali latente, nunca esquecido.

Hoje, mesmo não sabendo que futuro poderá ter todo o material que estou organizando, tenho certeza de que o meu maior objetivo com o projeto é o que mais faz sentido: compartilhar,divulgar, promover, fomentar, provocar. E isso é direcionado para os outros prioritariamente. Assim, para o mundo, mas também para mim! Para me rever. Reviver de alguma outra forma. Está acontecendo mesmo. Muitas reflexões estão acontecendo em mim. Hoje com esse dia nostálgico então... E só a partir desse remeximento meu é que vou poder tocar os outros. É claro. Mesmo já sendo de noite. E como eu ainda não dormi, digo de novo :: Feliz dia do Circo!

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