quinta-feira, 24 de maio de 2012

as presenças do passado

Esta matéria foi publicada em 2005, na Revista Palco Aberto nº 7, que foi a edição de agosto/setembro do 2º ano da revista. Pra quem nunca ouviu falar dela, a Revista Palco Aberto é uma publicação voltada para a categoria circense, principalmente para malabaristas e artistas de rua. Mas sempre foi distribuída para toda a categoria circense. Sim, pois seu conteúdo era relevante para todos. E, apreciado também! Ah... era mesmo. Até onde me lembro, era bastante! Seu primeiro número foi publicado com data de julho/agosto de 2004 com distribuição gratuita. A revista tinha esse objetivo de facilitar o acesso à informação e por isso queria ser gratuita, então buscou apoio financeiro com anúncios de marcas de equipamentos circenses, escolas de circo e afins, circos em geral e até mesmo artistas independentes e festivais. A revista também  divulgava os encontros de malabares e as rota de convenções, espaços de troca entre os artistas e interessados nessa arte. Ela foi idealizada pela dupla de palhaços malabaristas e músicos Pistolinha e Petecada - Duico Vasconcelos e Antônio Marcos Pires Gil - e dois outros amigos que tinham uma gráfica... Desculpem não lembrar aqui o nome deles! Vou achar depois comento! Mas, claro que além deles muitos colaboradores colocaram pilha e arregaçaram as mangas para que várias edições fossem roteirizadas, escritas, editadas, diagramadas... Entre a concepção das idéias e umas necessárias madrugadas viradas. Eu, com muito orgulho, fui uma dessas pessoas. Colaborei como pude, claro. Mesmo porque, até onde eu me envolvi nisso, ninguém recebia nada pelo trabalho. Nada... Isso é tão relativo. Porque existia o romântico e impagável prazer de vê-la pronta! E a satisfação toda de ver a ideia acontecer. Acreditar nas idéias é realmente o que faz com que aquela frase seja uma grande verdade: "tudo pode acontecer!" antes mesmo de que alguma verba esteja envolvida. Grana às vezes é imprescindível ou as vezes nem é tanto. Mas sempre é uma questão... Eu, sinceramente, já não faço a menor ideia de como anda esse trabalho, se ainda tem revistas saindo, até que número foram publicadas, nada disso. Não sei mesmo. De repente, se descobrir, também atualizo nos comentários! Ou alguém pode atualizar!

Fiz essa introdução para contextualizar a publicação a seguir. Ela já foi citada com data e edição e etc lá no início, foi explicada e, enfim, está aí uma das minhas colaborações para a Revista Palco Aberto. Acho que a minha mais querida, pois foi uma crônica sobre esta pesquisa aqui, que só encorpou! Com colaboração da minha querida Ermínia Silva, que inclusive está fazendo, ou já fez por esses tempos, um documentário sobre seu pai com apoio deste mesmo prêmio. A Ermínia foi uma das pessoas que eu agradeci no projeto porque ela me ajudou bastante com questionamentos, idéias e motivação. E aqui cabe também um agradecimento à Verônica Tamaoki, que emprestou as fotos de seu acervo pessoal para ilustrar a crônica. Depois de tantas explicações, segue o texto!

(se quiser, clique na imagem para ampliar)

crônica: As presenças do passado, in Revista Palco Aberto nº 7, ano 2, agosto/setembro 2005, p.18.

    crônica: As presenças do passado, in Revista Palco Aberto nº 7, ano 2, agosto/setembro 2005, p.19.




quinta-feira, 17 de maio de 2012

como assim história oral?

Eu fico falando em entrevistas pra lá, entrevistas pra cá. Menciono o tanto que dá de trabalho lidar com as entrevistas e tudo mais, mas... O que será que alguém que nunca ouviu falar de História Oral vai imaginar lendo essas informações todas?

Primeiramente, é interessante darmos uma leve passada em algumas idéias que permeiam a História Oral. HO é diferente de 'oralidade' e é diferente de 'fontes orais' ou 'registros'. Imagino que quando as pessoas leem oque eu escrevo sobre as entrevistas elas devam pensar simplesmente que em um certo momento em sentei ali com alguém e gravei uma conversa e depois, sozinha, fiquei ouvindo a conversa e pondo tudo 'no papel'. A grosso modo. É quase isso. Mas é muito mais!

Existe um preparo antes da entrevista, bastante diferente do que se tem para uma abordagem jornalística por exemplo... E, eu, nas primeiras entrevistas, tinha planos e objetivos para a pesquisa, tinha perguntas pré-estabelecidas que não eram 'fechadas' e ainda assim tentei deixar o outro falar livremente. Mas eu não tinha tanta experiência... Tive vários tropeços, aprendi. Tantos em questões práticas, como lidar com o gravador, quanto em outras mais sutis, como em interrupções das quais me arrependi... ou, escolhas de local para a entrevista que não foram tão boas. Porque isso influencia muito!

Depois vem essa parte da transcrição. Um trabalho homérico para digitar tudo e um trabalho também grande, mas mais gostoso do que braçal, para fazer com que o transcrito tenha sentido de fato. Oras... porque momento é momento, áudio é áudio e texto é texto. Não existe cabimento em imaginar que se deva tratar tudo como o mesmo. Isso sem começar a pensar em como os textos das entrevistas viram um conjunto, como serão apresentados... Enfim.

Mas, uma das coisas que mais me encanta atualmente em HO é essa ideia de peculiaridade de cada suporte e do trabalho sensível, cuidadoso, de tentar fazer com que a intenção do discurso seja a mesma depois de transposta de um momento de verbalização da memória, um momento muito específico que é a entrevista, para um suporte em áudio ou audiovisual e então para o texto escrito. É muito óbvio que a diferença dos suportes muda drasticamente a percepção de quem receberá a mensagem. Ver, ouvir e ler... É muito diferente, não é mesmo? Por isso o processo de transcrição e as etapas de textualização e transcriação, ao meu ver, são quase uma trabalho artesanal desses em que você pega um conteúdo e coloca em outro molde e depois tem que lapidar. Lapidar palavras, pontuações, entonações para que tenham o mesmo espírito da coisa, ou o mais parecido possível, em cada uma das diferentes formas do registro.

Certo. Uma explicação rápida, só para deixar bem claro o que é o que! 
Transcrição é a primeira etapa. Com pouca interferência, digitar todo o texto falado. Literalmente a entrevista toda. Separando cada uma das vozes, do pesquisador e do(s) colaboradore(s). Fica um texto grande, geralmente bem complicado de ler, cheio de marcas orais que se estranham no papel. Bem, não deixa de ser um primeiro 'documento'.
Textualização seria um primeiro tratamento desse texto, a adaptação necessária para uma leitura mais fluída. Como o termo indica, você vai textualizar um registro oral, ou seja, dar um sentido para ele num outro formato. Assim, por exemplo: tirando marcas orais que atrapalham a leitura, omitindo informações repetidas, reorganizando o discurso de forma a adaptá-lo à uma estrutura mais adequada que o texto escrito exige, omitindo a voz do pesquisador ou assimilando, incorporando assim, comentários seus relevantes ao texto de uma forma mais agradável de se ler do que no modelo de texto de 'entrevistador/entrevistado', etc.  Nesse processo busca-se deixar o texto com um jeitão de narrativa, para que seja lida com mais facilidade e interesse. É como uma limpeza e organização do texto. Super necessária. As vezes é bom lembrar também das anotações feitas em campo e de outros elementos da entrevista, gestos, o que aconteceu durante o silêncio, que outras interferências influenciaram. Tudo isso é relevante.
Transcriação já é um pouco além disso. É, digamos, para os pesquisadores mais 'corajosos' ou 'atrevidos'. Aqui tem que se arriscar num campo quase poético, literário. E, sem medo de mudar o sentido da história contada, ao contrário, vai buscá-lo em sua essência e por isso se permite alterar palavras, tirar e incluir conteúdo, traduzir intenções subjetivas do colaborador... Uma coisa mais por aí...

E isso tudo é feito pelo pesquisador. Claro que esse pesquisador busca preservar a intenção do discurso, as flexões da voz, os tons de cada ocasião vivida na entrevista. Se for bem longe nisso, é realmente um trabalho muito específico no campo da literatura também. Sim. Porque é nesses detalhes da expressão que muito se diz, sem nada dizer. Daí a importância, a exigência ética, de se encontrar com o colaborador que concedeu a entrevista para que ele próprio leia, releia, verifique se ele percebe seu discurso ali, se ele se identifica e se autoriza e dá a validade [de sua voz] ao texto final.

Esse trabalho é delicioso. Eu adoro. É bom ouvir as entrevistas e revisar os textos depois também é ótimo! Apesar de que é verdade que a primeira transcrição é bem cansativa e demorada.

A grande maioria das colocações feitas aqui foram absorvidas por mim num curso que fiz no NEHO - Núcleo de Estudos de História Oral lá na USP no final do ano passado. Você pode conhecer mais sobre o NEHO e sobre HO no sítio do próprio núcleo. Existem outros centros de referência com trabalhos desse tipo como o CMU - Centro de Memória da Unicamp e o Museu da Pessoa, cujas metodologias talvez tenham algumas diferenças. Mas creio que, em essência, o trabalho carrega muito da mesma labuta.

Só tem mais alguns poréns aí. Até agora eu falei pensando no que se define na História Oral, principalmente na aplicada pelo NEHO. Mas não me considero uma 'fiel' seguidora desses preceitos. Principalmente porque, quando fiz as entrevistas, apesar de já ter lido o Manual de História Oral do J.C. Sebe, eu acho que olhava sim, um pouco, para o momento da entrevista como quem procura gerar um material que fosse objeto de pesquisa, não uma 'voz' principalmente. Falta de experiência? Pouco conhecimento da área?Pensava a memória de quem narrava bastante descolada da ideia de história, com muitos questionamentos. E, sinceramente acho que ainda penso. Me importo tanto com a análise quanto com a utilização das 'vozes'. Acho que uma reflexão a respeito do assunto e dos contados é necessária e é parte integrante do meu projeto. E, também, hoje ainda vejo as entrevistas com as duas finalidades: a da voz do colaborador como ator da história viva, cujo trabalho textual para transmitir tanto prezo, e como objeto de reflexão para análise de outros conceitos, em diversos campos de conhecimento. Bem, a HO pressupõe mesmo uma interdisciplinariedade... Mesmo assim, mesmo já tendo estudado mais e estando trabalhando e pensando muito em tudo isso, ainda assim, me pergunto, por exemplo, se em certos casos não seria útil ao pesquisador ter acesso tanto ao texto final (textualizado ou transcriado) quanto à transcrição original. Isso pensando numa amplificação do trabalho. Pensando em fazer com que o meu trabalho possa ser potencializado por outros! Desde que tendo claro suas balizas e considerando e respeitando a origem e finalidades primeiras dos depoimentos, claro.

No projeto enviado à Funarte, faço referência à documentação de fontes orais e à formação de um banco de dados. Esclareço que aqui que usaremos, da maneira mais adequada possível, a 'metodologia' da HO.  Mas confesso até nem ter muita certeza se meu trabalho é, como eles definem, híbrido - posto que considero o uso de outras fontes físicas (textos, matérias jornalísticas, iconografia) ou se é um trabalho temático, pois tem um assunto específico que permeia e delineia o todo. Acho que a HO é fenomenal no meu caso. Essa forma de lidar com a oralidade é muito adequada e muito boa mesmo. É quase um disparate o que eu vou dizer, porque o trabalho com HO não pode ser visto como um 'só isso' nunca! É um trampo de muita responsabilidade e que eu admiro. Que eu busquei, me identifico e procuro compreender mais. Enxergo como uma forma específica de produção de conhecimento, sei que é apesar de 'jovem' a HO tem uma trajetória de desenvolvimento respeitável... Mas, não encontro forma melhor de expressar minhas inquietações sobre onde eu me enquadro nisso tudo  a não ser dizendo que: eu acho que é muito disso, mas não é só isso...

Fato é que estou me guiando, principalmente na relação com as entrevistas, pelos nortes da HO, sim. Mas acho que tudo isso talvez ainda esteja em função de desejos de mais! E um algo mais ainda indefinido. Desejos, inclusive, colocados nesse projeto enviado à Funarte, de que o trabalho que terminará uma etapa em agosto - com as entrevistas e documentação organizadas, e um texto sobre a escola, etc. seja um fim em si de todo um processo iniciado lá em 2002 e seja um início para mais estudos sobre o tema. 

domingo, 13 de maio de 2012

meses III e IV + necessária revisão de cronograma

Hoje é dia 13. Domingão, é dia das mães, dia da "libertação" dos escravos e ainda é aniversário de um primo e de uma grande amiga! E... além disso, dias trezes todos, desde o início do ano, têm sido pra mim dias de olhar os acontecidos e avaliar o trabalho com o projeto e seu desenvolvimento. Assim, aqui estou, depois de um mês de abril um pouco atabalhoado, para compartilhar minhas análises dos últimos dois meses. Muito bem.

Fazer uma revisão do cronograma é necessário, acho que imprescindível, nesse ponto do projeto. É claro que é muito bom quando tudo anda no tempo exato dentro do qual nos planejamos. Mas é quase inevitável que o cotidiano e suas várias situações, principalmente do trabalho em si, interfiram nesses planos originais e, então, alguns ajustes têm que ser feitos. Bom é que estou fazendo esse balanço geral constantemente e com cuidado e mesmo sabendo que tem um trabalhão ainda pela frente, está tudo nos conformes.

Estamos findando o quarto mês, então vou avaliar aqui o terceiro e o quarto juntos ponderando o que está feito até agora. Assim, temos pendências e andanças. Fluindo.

- Pesquisa em acervos, documentos, texto e imagem :: ok. E sigo realizando, como planejado. Alguns lugares ainda terão que ser visitados, mas está dentro do cronograma certinho. Tenho mais um mês e tempo sobrando para se precisar de mais.

- Divulgação pela internet :: já está de certa foma ok Rolando desde há tempos! Ainda não fiz o tópico de "convite à participação de todos", se bem que mencionei isso aqui, o que já serve. É, não o fiz porque tenho dúvidas de como exatamante eu gostaria que as pessoas recebessem esse convite. Na verdade, é algo do tipo dizer que eu estou aberta ao diálogo e aberta a toda iniciativa de colaboração e interferência no trabalho. Mas quando a gente fala as coisas assim aberto demais, geralmente parece um pouco confuso... Eu sei, tenho uma certa experiência nisso. Isso era uma coisa. Mas de qualquer maneira tenho aqui esse blog de bordo que está dentro da proposta.

- Leituras :: ok. direto! E também sigo lendo.

- Contatos sobre divulgação da pesquisa na internet :: super ok. Já tomei uma decisão acertadinha de criar um outro blog, mais oficial, com outra cara, outra estrutura e tudo e colocar tudo assim. Da forma mais fácil possível. Até vou verificar se vale a pena comprar um domínio essas coisas... Porque facilita, né? Facilita para a pessoa lembrar e tudo. Mas vou verificar a viabilidade e o custo disso. Coisa que não está prevista no projeto. Está previsto publicar e eu ponderando achei que um blog além de dar conta é independente, pode ser divulgado em vários lugares e tudo. E pronto. ok.

- Entrevistas :: são o meu "carro-chefe" e é bem onde mais coisas estão complicadinhas. Vamos lá, deveria ter começado as entrevistas com os três ou mais dos 'novos' colaboradores. No entanto, seria uma loucura fazer isso sem ter feito, no mínimo, a devolutiva para os que já me concederam entrevistas. Pelo menos para alguns! Até porque essa devolutiva me dará direções para condução das próximas. Também já deveria estar terminando as devolutivas, coisa que nem comecei. Mas isso é porque estamos fazendo os textos das 'antigas' com  um pouco mais de trabalho do que o imaginado e atuando também numa dinâmica diferente do que o planejado. Acho que já mencionei isso aqui em outra postagem. Mas, sinceramente, tive uma fase de ansiedade grande com esse 'atraso', só que já passou. É muito melhor fazer bem feito e com a calma, que eu posso ter ainda nesse momento, do que já sair correndo desarvorada e correr o risco de deixar escapar preciosos detalhes que farão diferença lá na frente.

Dito tudo isto, apresento minhas expectativas para o próximo mês, pensando o presente momento. Vou iniciar a elaboração de texto histórico e crítico acerca do tema proposto, e texto de apresentação formal do projeto, suas finalidades, etc, para o site. Em relação à pesquisa, pretendo visitar o cervo do Centro de Memória do Circo e da Secretaria do Estado da Cultura. Então vou verificar se acho isso lá na Secretaria mesmo ou no Arquivo do Estado. Sobre as entrevistas, devolver e arrematar dois ou três das 'antigas' e tentar fazer uma nova, ou pelo menos marcar. Além disso, entrar em contato com os três ou mais possíveis novos colaboradores me deixaria já mais tranquila. Pois, apesar de ter algumas pessoas em mente, só entrei em contato com uma delas. Também quero colocar uma disciplina maior aqui nesse blog e começar a estrutura do oficial. Quando digo mais disciplina aqui me refiro a mais postagens; uma frequência, pelo menos, semanal; deixar saírem todas as idéias que rascunhei, compartilhar ainda mais meus pensamentos e sentimentos. Enfim, será que eu consigo? Vamos ver. Daqui um mês olhamos de novo, assim friamente, e reavaliamos tudo isso! Segue o barco. Continuo trabalhando bem feliz.

Valeu geral, Feliz dia das Mães e felizes dias todos pra todos nós!

quinta-feira, 10 de maio de 2012

saudade, consternação...

Finalmente terminada a minha parte de transcrições por completo! Total e cem porcento. E termino cá pensando: por onde andará o Betinho a essa altura? Pois é... Porque além da entrevista dele ter o áudio complicado, tem esse fator meio complicante pra mim, pois eu não sei porque razão, me parece que eu posso encontrar dificuldades em localizá-lo. Será que ainda está na Barra do Sahy? Que tamanho devem estar seus filhos? Aí bate uma saudade, uma coisa esquista dessas que a gente tem com a morte. Quando conheci ele lá no circo, a gente tinha ido com o Prego, com quem não posso mais falar. Então, terei que garimpar o contato!

Ah! Mas vai valer tanto a pena. Para todos nós! A entrevista dele carrega lembrança de momentos vividos por ele, e também por mim e mais alguns amigos. Foi a única vez que fiquei numa 'temporada'. E isso talvez tenha sido muito pelo destino, pra me colocar na frente daquele moço, o Betinho. Um achado! Único aluno da Piolin que eu entrevistei que era de família de circo. Talvez ainda encontre mais algum, mas acho bem difícil. Caramba e ele dirigiu a pampa pra me levar pro pronto-socorro de Boiçucanga pra levar ponto, foi meu anjo aquela noite ele. 8 pontos. Cadê você agora hein Betinho?

Consternação. Porque... puxa, a entrevista dele tinha um tanto disso. Ah, está bem, vou ser um pouco linguaruda. Me lembrei de uma situação chata de fofoca bem do mal que rolou comigo uma vez e que me deixou tão chateada. Nossa acho que nunca falei sobre isso com ninguém além de quem me contou sobre a fofoca pra me alertar. Agradeci, pus uma pedra ali mesmo. Magoei. E de certa forma, acho que isso pode ter virado uma bola de neve e até hoje tem pendência mal resolvida, de verdade. O que me fez lembrar desse fato foi a seguinte fala do Beto: "ops!" Brincadeira... Só pra explicar, é que não estaria certo divulgar trechos da entrevista antes de falar com o colaborador, por isso mesmo mudei bastante as palavras. Só deixei entre aspas pra dar o clima. "Então segunda era dia de ir no Café dos Artistas. Mas o Café foi parando. Começou a ter distância. Não tinha a força de vontade que tem aqui. Era um falando mal do outro, que o outro roubou..."

Ainda bem que, pelo que me parece, hoje a tradição do Café está se fortalecendo novamente, fruto do trabalho, dedicação e articulações de muitos! Mas que coisa estranha né? Eu me mexer com isso. Obviamente, tem muita gente boa por aí e muita gente 'mala', como em todo lugar e toda profissão. E eu não tenho nada contra ninguém, muito pelo contrário, adoro todo mundo. Não guardei a mágoa. Desejo bem. Bom, brilho, sucesso, prosperidade e muito chão geral! Mas até hoje, mesmo acompanhando super pouco, muitíssimo menos do que antes, os e-mails e os debates nos grupos de discussão de circo, vira e mexe vejo umas nesguinhas de gente se maltratando. Coisa desnecessária. Era justamente disso que ele reclamava, doque não une, não acrescenta, não gera... O Beto falou tanto de força de vontade, dinamismo, coisas boas que ele via na juventude, e criticou um bocado as posturas dos encostados na vida... enfim. Bobagem né? Talvez não. Mas é fato que desse ponto da entrevista pra adiante eu senti mudanças no tom de voz, na intensão dele. Ou na minha audição e percepção? Se bem que transcrevendo ali a gente presta atenção, mas também se entrega muito ao braçal, então reflete menos. Não sei explicar, mas me chamou a atenção, me trouxe várias situações à mente. E, fato: claro que isso não é coisa de circo não, é em todo canto.

Vamos voar pessoal. Salve-se quem puder! E voemos!