terça-feira, 24 de janeiro de 2012

os propósitos

Partimos com o objetivo de documentar e organizar um acervo com diversas narrativas pessoais referentes à uma história. A história da Academia Piolin de Artes Circenses, desde sua fundação até o encerramento de suas atividades. Trata-se de um trabalho de registro e resgate para conhecer, analisar e divulgar reflexões acerca das recentes mudanças na forma de transmissão dos saberes e conhecimentos específicos desta arte. E, a partir deste levantamento, facilitar o acesso do material como fonte de pesquisa à todos os interessados, tanto no meio artístico em geral e especialmente circense e também nos meios acadêmicos, bem como à todos os outros interessados para que possam ter interesse e desejem ter conhecimento sobre essa parte da história do circo no Brasil e sua específica contribuição na transformação dos processos de ensino/aprendizagem e na importância na constituição do patrimônio cultural brasileiro. Com isso, buscamos dar incentivo para que surjam mais estudos e pesquisas sobre o circo. Queremos colaborar com esse cenário com conteúdo que proporcione motivação para mais pesquisas, discussões e pensamentos sobre os temas que cercam o nosso objeto.

Assim, nos deparamos diretamente com questões sobre a transformação nos métodos de transmissão dos saberes circenses e, através disso, sobre a identidade dos circenses da contemporaneidade. Especificamente, sobre a construção dessa identidade a partir do surgimento das escolas de circo, tanto no que tange àqueles que se formam em escolas como a respeito dos que se formam sob a lona “tradicional”... e hoje convivem todos no mercado de trabalho. Poderíamos ir até a indagação: O que é “ser circense” hoje? É uma pergunta muito ampla, por isso, decidimos dedicar este trabalho aos registros sobre a primeira manifestação de difusão da cultura e dos saberes circenses fora do nomadismo. Uma escola de circo.

domingo, 22 de janeiro de 2012

registros do princípio

O ano de 2012 teve início no dia em que foi divulgada a aprovação deste projeto! Neste primeiro post, antes de explicar em detalhes os objetivos do projetos e as intensões desse blog escolhi dividir meus sentimentos e compartilhar alguns registros dos meus primeiros estudos sobre o tema. Quando engatinhava...

Vieram as festas, fui viajar. E estou de volta há cerca de uma semana, descobri na sexta feira passada que o dinheiro já esta disponível. Então, mãos à obra! Já havia sentido essa alegria e empolgação muitas vezes. Primeiro quando decidi e comecei a agir, anos e anos atrás. Em seguida, com diversos passinhos que dei. E então, depois de sentir uma certa insegurança ao mandar meu projeto para a Funarte com quase cinco anos de demora, senti essa alegria de novo ao saber da sua aprovação. Alegria e orgulho, aliás. Sim. E na sexta feira senti essa conhecida alegria exatamente porque pensei: agora é pra valer e com estímulo! Então, digo novamente, mãos à obra!

Vamos dar início ao espetáculo! Ou melhor, vamos dar continuidade!

Revirando aqui meus antigos registros, escolhi trechos das minhas primeiras anotações e impressões que muito convergem com  a energia que ainda sinto. Hoje, mudada. Mais madura certamente... Mas, sempre alegre e alerta. Assim, reproduzirei abaixo essas anotações.

"SP 01/08/2002 - ECA - USP
Primeiro dia de trabalho sobre meu projeto: 'Construção de sonhos não é fantasia!'
Tese de doutorado: Eliene Benício Amâncio Costa "Saltimbancos Urbanos - A influência do Circo na renovação do teatro brasileiro nas décadas de 80 e 90" São Paulo, 1999 (T792.02C837s - 2 volumes)
"O circo é o último vestígio de um saber antigo, existencial e iniciático. Esse saber, essa arte ancestral e única que é o circo, só se perpetua graças a dois mecanismos: a transmissão de pai para filho e o ensino proporcionado por uma escola" Jean Ziegler.
Lendo a tese... Introdução p.21 "Hoje as escolas de circo têm a função de transmitir esses conhecimentos devido à desagregação de várias famílias circenses, causada por fatores políticos, sociais e econômicos (...)"
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PESSOAL e INTRANSFERÍVEL. Caderninho novo, cabeça mexida, sentimentos organizados, novos projetos. Estou cheia de vida! E a vida é sempre novidade. Dormi no Crusp essa noite, acordei cedo e fui estudar. Fui feliz. Estou feliz. (...) Eu não preciso de muito dinheiro, graças à Deus! Mas preciso de trabalho! E assim nascem novos projetos... Mas nenhum está cansado. Eu estou viva, lotada de fé! Puts! Amanhã viajo, sem expectativas... sei que vai ser bom. Procurar pessoas certas. Dedicação! (...) A vida se constrói na rua, em casa, na ação, no treino, na faculdade, olho no olho, cara a cara. Cara à tapa! No acorde. É isso. Estou bem, claro que com muitas coisas pendentes, mas estou bem e disposta para resolvê-las!"

Por enquanto é isso. Só uns trechinhos anotados dez anos atrás e deliciosamente relidos hoje com essa alegria que se renova a cada passo. É isso aí. Aqui não se desata nó. Não, não. Aqui a gente faz a trança!
Então, mãos à obra!