sexta-feira, 27 de abril de 2012

sobre as trasncrições mil ! da primeira etapa

Fiz um balanço no início da semana sobre o trabalho com as transcrições e, apesar de estarmos um pouco atrasadas em relação ao cronograma, tive orgulho do trabalho, da equipe, de tudo! A gente só percebe a consistência mesmo quando poe a mão na massa! E foi exatamente isso que aconteceu. Seria inviável fazer como eu pensei a princípio. E, olhando para o feito agora, vejo que está bem feito.

Está certo, não foram mil. Foram nove "apenas". Algumas com uns 40 minutos, algumas com duas horas. Todas cheias de intensidade. Histórias de vida, de paixão, de amor e forte envolvimento com a arte, com o ofício, com os laços tantos os familiares ou sanguíneos como os construídos pela convivência na vida. Impossível não me emocionar em tantos e tantos momentos. Tanto pelas memórias em si relatadas e registradas quanto pela minha lembrança sobre o momento de realização das mesmas.

Há algumas semanas atrás, sentia que era fugaz a aproximação do momento de entrar em contato com os entrevistados para as devolutivas, está tudo encaminhado. E é mesmo assim! Quando eu planejei o projeto achei que seria ideal ir procurando as pessoas conforme as entrevistas fossem ficando prontas. Mas nesse desenrolar, percebi que melhor seria dar um acabamento refinado, tratar os textos com o máximo cuidado e carinho, investir energia para finalizar essa etapa das transcrições completamente e só então procurar encontrar os donos da voz. Assim está sendo.

Apenas mais duas entrevistas estão sendo acabadas, duas danadas que ficaram com problemas de áudio que prejudicaram significativamente sua transcrição. Mas estamos contornando os obstáculos e fluindo. É bem isso.  O trabalho tem seu tempo próprio de fluxo. Por questões técnicas como essa, por questões afetivas como o envolvimento com a narrativa. Porque as vezes a gente se desconcentra mesmo do trabalho ali, da digitação toda, e se deixa levar pelo contado, se deixa envolver. E lá se vão escorrendo mais e mais preciosos minutos, e o trabalho fica deliciosamente mais moroso. Sendo ao mesmo tempo intensamente mais aproveitado. Tenho certeza que tudo isso vai se converter numa facilidade maior para conversar, retribuir, concatenar as idéias, organizar a apresentação, escrever. etc... É claro!

Pois é, também andei pensando no site, ponderações, idéias. Agora que as entrevistas estão quase todas prontinhas e quentinhas! Já está bem mais claro e mirabolado aqui de que forma vou colocá-las à disposição! Oba!

ccsp :: arquivo multimeios e hemeroteca

Entre a semana passada e essa fui pesquisar no Centro Cultural São Paulo. Comecei essa parte da pesquisa documental por lá por ser na frente da Escola Municipal de Música. Fato que facilita bem algumas coisas. De transporte principalmente. Na verdade, eu fui nessas visitas retomar a minha pescaria nos acervos de lá, pois já tinha aqui várias anotações sobre os documentos do acervo que me interessavam, algumas cópias de documentos e tudo. Só não tinha avaliado tudo ainda. Assim, li lá com calma e como deve ser. Foi isso que fiz.

Pesquisei a maioria do material no Arquivo Multimeios. Fui muito bem atendida pelo Edney e pelo outro moço também. Agora só falta ir lá levar uma cartinha pedindo autorização para copiar alguns textos que eu achei que vale a pena ter cópia e esperar eles darem um ok, etc. Mas, tudo certo! Outro lugar que eu pesquisei foi a Hemeroteca, que fica dentro da biblioteca de lá. Aliás, a biblioteca do Centro Cultural é fenomenal. Pelo menos a parte de arte é. Tem muita coisa entre livros e periódicos. Me fez brotar mil vontades e ideias ali. Mas, sobre a hemeroteca, teve um caso curioso. Foi bom e tudo, xeroquei várias reportagens úteis. E fiquei sabendo que todo o acervo dos recortes de jornal por tema sairá de lá, que isso já estava decidido em reunião! Foi assim, a moça que me atendeu disse, quando eu ia devolvendo as pastas depois de fazer anotações: "Ah, mas venha logo terminar sua pesquisa!" e disse com uma acentuação de quem diz que aquilo tudo pode não estar mais ali em poucos dias. Puxei mais assunto. Pois e não era isso mesmo? Era.

Então fiz o que pude, o que achava que deveria fazer, para 'salvar' o material de circo de um eventual, todavia possível, descarte. É porque eles disseram que não sabiam qual seria o destino do material, somente que com certeza ele ia sair de lá. Que estavam procurando lugares interessados em receber o acervo e tal, mas... Liguei, mandei e-mail dizendo que poderia ficar com o material ou que procurassem direto o Centro de Memória do Circo. Naquele dia eu agi como quem quer fazer uma boa ação mesmo. Principalmente preocupada com o destino do material. Só sei que no dia em que eu entrei em contato decidiu-se que iam lá pro CMC. Não sei se por causa da minha iniciativa ou se já havia um contato e eu só pus energia no negócio. Pode ser que sim, pode ser que não. Tanto faz. No mínimo, sinto que fiz minha parte. Seja de fato ou seja só pela intenção. Me alegrei pensando que ajudei a salvar duas pastas da hemeroteca do Centro Cultural São Paulo. As bonitas 209A e B. Cujo tema é, obviamente: Circo.

Sem falar que esses dias de pesquisa por lá foram deliciosos! Dei risada com vários textos. Me diverti. Recobrei o meu gosto pelo papel velho, pelo cheiro de poeira, pelo material de memória dura. Eu gosto disso! Gosto de Circo, gosto da História, gosto de estar fazendo isso tudo. Que gostoso! Fiquei bem empolgada.